
Créditos: NASA/JPL-Caltech
Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar, conhecido por seus belos anéis e seus muitos satélites naturais. Mas o que se esconde sob sua atmosfera gasosa? Como é o seu interior? Essas são algumas das perguntas que a missão Cassini-Huygens tentou responder em sua fase final, chamada de “Grand Finale”.
A missão Cassini-Huygens foi uma parceria entre a NASA e a ESA, lançada em 1997 e que chegou a Saturno em 2004. Durante 13 anos, a sonda Cassini orbitou o planeta e seus satélites naturais, coletando dados e imagens inéditas. Em 2005, a sonda Huygens se separou da Cassini e pousou na superfície de Titã, o maior satélite natural de Saturno.

As imagens foram tiradas durante a descida pelo Descent Imager/Spectral Radiometer (DISR) a bordo da sonda, em 14 de janeiro de 2005.
Créditos: ESA/NASA/JPL/Universidade do Arizona
Em 2017, a missão chegou ao fim, mas não sem antes realizar uma série de manobras ousadas e inéditas. Entre abril e setembro daquele ano, a Cassini mergulhou 22 vezes entre o planeta e seus anéis, passando por uma região nunca antes explorada. Esses mergulhos permitiram que a sonda coletasse dados sobre a gravidade, o campo magnético e a atmosfera de Saturno, revelando informações sobre o seu interior.
Os dados da missão mostraram que Saturno tem um núcleo composto por rochas e gelo, que pesa entre 12 e 20 vezes a massa da Terra. Esse núcleo se mistura gradualmente com a camada de hidrogênio metálico líquido que o envolve, formando uma região de transição que ocupa cerca de metade do raio do planeta. Essa camada gira mais rápido que a superfície do planeta, criando um campo magnético poderoso.

Créditos: NASA
A missão também mostrou que a atmosfera de Saturno sofre rotação diferencial até uma profundidade de 10 mil km, ou seja, a atmosfera perto do equador se move mais rápido que a atmosfera perto dos polos. A duração do dia em Saturno é de cerca de 10 horas e 33 minutos.
Os anéis de Saturno também foram investigados pela missão, mostrando que eles são formados por partículas de gelo e poeira que orbitam o planeta em diferentes velocidades e distâncias. Os anéis são influenciados pela gravidade do planeta e de seus satélites naturais.
Em 15 de setembro de 2017, após esgotar seu combustível, a Cassini realizou seu último mergulho na atmosfera de Saturno, enviando dados científicos até o último momento. Assim, a sonda se desintegrou, encerrando sua jornada de exploração com um grande final.

Créditos: NASA/JPL-Caltech
A missão Cassini-Huygens foi uma das mais importantes e produtivas da história da exploração espacial. Ela nos revelou os segredos de Saturno e seus satélites naturais, ampliando o nosso conhecimento sobre o Sistema Solar. E embora a sonda tenha se perdido para sempre, seus dados continuarão a gerar novas descobertas por décadas.