
Esta imagem foi criada a partir de imagens no Digitized Sky Survey 2.
Crédito:ESO / Digitized Sky Survey 2. Agradecimento: Davide De Martin
NGC 2899 é uma nebulosa planetária localizada entre 3000 e 6500 anos-luz de distância da Terra, na constelação da Vela (The Sails), ela tem duas estrelas centrais, que podem ser o motivo de sua aparência quase simétrica.
Depois que uma estrela alcançou o fim de sua vida útil e eliminou suas camadas externas, a outra estrela agora interfere no fluxo de gás, formando as duas partes que podemos ver aqui da Terra.
Apenas cerca de 10 a 20% das nebulosas planetárias exibem esse formato com duas partes. E ao contrário do que o nome sugere, as nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas. Os primeiros astrônomos a observá-las as descreviam como objetos com a aparência de planeta.

Crédito:ESO
Elas são formadas quando estrelas antigas com até 6 vezes a massa do Sol chegam ao fim de suas vidas, colapsam e explodem criando conchas de gás em expansão, ricas em elementos pesados. A radiação ultravioleta intensa energiza e ilumina essas conchas em movimento, fazendo com que brilhem intensamente por milhares de anos até que finalmente se dispersem lentamente pelo espaço, tornando as nebulosas planetárias fenômenos de vida relativamente curta em escala de tempo astronômica.
Os astrônomos conseguiram capturar essa imagem altamente detalhada da NGC 2899 usando o instrumento FORS instalado no UT1 (Antu), um dos quatro telescópios de 8,2 metros que compõem o VLT do ESO no Chile. Representando o FOcal Reducer e o espectrômetro de baixa dispersão, este instrumento de alta resolução foi um dos primeiros a ser instalado no VLT do ESO e está por trás de inúmeras imagens e descobertas do ESO. O FORS contribuiu para observações de luz de uma fonte de ondas gravitacionais, pesquisou o primeiro asteroide interestelar conhecido e foi usado para estudar em profundidade a física por trás da formação de nebulosas planetárias complexas.

Crédito:ESO
Na imagem, as vastas faixas de gás da NGC 2899 se estendem até cerca de dois anos-luz do centro, brilhando intensamente na frente das estrelas da Via Láctea, à medida que o gás atinge temperaturas superiores a dez mil graus.
As altas temperaturas são devido à grande quantidade de radiação da estrela-mãe da nebulosa, que faz com que o gás hidrogênio na nebulosa brilhe em um halo avermelhado ao redor do gás oxigênio, em azul.
A imagem foi criada através do programa ESO Cosmic Gems, uma iniciativa de divulgação para produzir imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atraentes usando telescópios do ESO, para fins de educação e divulgação pública. O programa utiliza o tempo do telescópio que não pode ser usado para observações científicas. Todos os dados coletados também podem ser adequados para fins científicos e são disponibilizados aos astrônomos através do arquivo científico do ESO.